quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Desabafos

Ora boas!

Passado quase um ano desde o último post, achei que já estava na altura de voltar a agradar o(s) meu(s) fã(s) terrestre(s) (se é que tenho algum) com mais uns pensamentos vindos directamente do oceano Atlântico. Btw, chequei hoje a opção dos conteúdos adultos; teve de ser.

Ah, antes que me esqueça, peço-vos que deixem a televisão ligada no National Geografic Channel no Domingo à tarde porque vou aparecer num documentário com uns bacanos que estavam a fazer umas filmagens sobre golfinhos e a maneira como saltam em conjunto. Um pequeno àparte, não notam que agora se fazem programas por tudo e por nada? Se eu saltasse no mar com mais quatro ou cinco belugas será que faziam um programa sobre isso? Eu masturbo-me mais ou menos quatro vezes por dia, em média, e ainda não veio cá ninguém da TVI bater à porta. Eu acho que dava um bom programa. Em meia hora podíamos cobrir alguns sítios ideais para afiar o lápis, e técnicas sobre como realizar o acto e limpar a zona do crime, após a sua realização. Televisão educativa vale sempre a pena. Mas não, eles querem golfinhos que saltam. Isso tem tudo a ver com a suposta inteligência associada aos golfinhos. Sinceramente, não percebo, joguei xadrez no outro dia com um golfinho chamado António, e o gajo não fazia a mínima ideia do que é que estava a fazer. Ganhei-lhe em sete jogadas, mas depois o espertalhão decide ir dar uns saltinhos com os amigos e de repente toda gente quer ver o cabrão e depois aparece na televisão com o rótulo de inteligente. E o burro sou eu, não é. Enquanto os golfinhos andaram todos na escola superior dos saltos sincronizados, eu devo ter andado a jogar à apanhada com os bacalhaus da zona rural. Mas pronto, também não me quero chatear por causa disso agora. Continuando a história, lá estava eu a passear pela zona das filmagens e o pessoal deixou-me fazer parte do programa e bebemos umas cervejas e isso; foi uma tarde altamente por acaso. Acabei, até, por ir jantar com a malta depois, e devo dizer que estava tudo a correr bem até que o director do programa decidiu pedir o caviar lá do sítio. Escusado será dizer que, se eu soubesse falar, tinha feito ali um trinta e um do caraças; um dia venho à costa e junto cinquenta mil bébés humanos, empilho os gajos numa taça gigante e como-os à colherada, a ver se voçês todos gostam.

Hoje tou um bocado implicativo, eu sei. Acho que é do tempo. Voçês aí em cima não se apercebem, mas quando está sol na superfície, cá em baixo é um caos total. Para já, nós peixes/mamíferos marinhos gostamos mais quando está escuro porque estamos sempre todos nus e é um bocado humilhante, pelo menos para mim, andar pelo mar com o pénis a saltitar de um lado para o outro. Mas isso sou eu. Também não é só por isso que não gosto da luz; imagina que estás no fundo do mar, a caçar para poderes tomar o almoço num dia qualquer. Se tiver escuro, caças o primeiro zé que te aparece à frente e está tudo bem. Não consegues ver, logo nem te passa pela cabeça se te estás a alimentar de um amigo ou colega de trabalho ou até mesmo um familiar. Agora, se houver luz, podes ter a sorte de te aparecer um peixe que não conheces e, pronto, comes o gajo e o almoço fica resolvido, ou podes não ter. O problema é quando te aparece alguém, e tu saltas-lhe em cima e já lhe estás a arrancar as escamas do corpo quando te apercebes que é o patrão lá da loja onde trabalhas. De repente soltas o gajo, não é, porque parece mal estares a tentar matá-lo, e depois? Que conversa pode haver entre duas pessoas nesta situação?
- "Eeeih, cheeeefe. Então pá, está tudo bem? Desculpa lá a tentativa de assassinato, estava com fome e pensava que eras outra pessoa. Às 14.00 horas lá no trabalho não é? Pois, é isso, até já amigo.
E o gajo nem te responde porque está a sangrar até à morte. É um bocado awkward. Podes sempre terminar o serviço, só que depois não te sentes bem contigo próprio. E isto só piora se fôr um familiar teu, ou um amigo de longa data. Uma vez comi um atum que ainda no dia anterior me tinha emprestado 500 euros. Como é que acham que me senti? Acabei por pagar o funeral do gajo com o dinheiro que me emprestou. Tive de pedir mais 500 euros a outro amigo, mas dessa vez pedi a um tubarão porreiro que conheci no ginásio. Nunca me ia meter com esse gajo.

Então e quando queres cagar? Sem luz, sem stress. Agora, com luz, imagina o que é seres uma formiga a tentar cagar no meio de um palácio gigante cheio de formigas. Claro que tens vergonha. Ninguém quer ser o gajo que caga no meio do mar, mas a verdade é que cagamos todos. Ainda me lembro quando andava na catequese marinha, diziam-me para não ter vergonha de cagar, mas eu tenho. Cagar é bué mau. Nós não devíamos regular o corpo através da libertação de fezes. Era tudo aproveitado, ou então suávamos tipo dez vezes mais. Por isso é que não acredito em Deus, por acaso. Não acredito que alguém, conscientemente, nos abriu um buraco aqui em baixo para podermos libertar fezes que incomodam toda a gente. Aliás, mal me disseram que cagar era natural, saí da catequese. Agora sou ateu, totalmente baseado nesta coisa do cagar. Se Deus me aparecesse à frente e me explicasse por passos lógicos porque é que nos fez desta maneira, mesmo assim teria de pensar duas vezes antes de me reconverter. Bah.

Vou dormir, amanha vou ler isto e mandar uma chapada em mim próprio, mas é o que se arranja. Deixo aqui umas fotos das férias do verão.